Uma boa comunicação escola e família é imprescindível. Ambas têm objetivos comuns e apenas apresentam metodologias diferentes, ambas precisam conscientizar-se de que cada uma cumprindo seu papel, não sobrecarrega a outra, e o objetivo final, que é o sucesso do educando, terá êxito porque suas relações foram estabelecidas a partir do princípio da parceria.
As queixas e as reclamações, tanto da escola como da família, baseiam-se na falta de definição de papéis. Uma instituição sempre aparece sobrecarregada em função da omissão da outra. Enquanto isto, os filhos e os alunos sofrem por falta de suporte de que lhes falta, tanto na escola como na família. Chalita (2004, p. 17) adverte dizendo que: “(..) quem quer que tenha a responsabilidade pela educação da criança deve dela participar, sob pena da escola não conseguir atingir seus objetivos”.
A família é a grande responsável pela formação da criança quanto aos princípios básicos, de caráter e personalidade. Sem esta célula, tão essencial na vida de uma criança, nossos filhos poderão tornar-se seres desnorteados, uma vez que, a instituição familiar serve como suporte e alicerce, que além de cuidar da nutrição física de uma criança, deve também pensar na educação psicológica e emocional, como ratifica Cury (2003, p. 31) ao afirmar que: “De que adianta você cuidar diariamente da nutrição de bilhões de células dos seus filhos, mas descuidar da nutrição psicológica?”.
A instituição escolar recebe a criança, que deverá vir carregada de princípios e atitudes e à escola cabe de papel da informação. Cabe a ela, com seu corpo docente formado de profissionais preparados o papel de melhor conhecer seus alunos como clientes, com o objetivo de melhor atendê-los. Garreta (2007, p. 9) corrobora afirmando que: “La educación empieza em la família y se prolonga en la escuela, y uma buena educación exige el conocimiento del médio en el que viven los alumnos, así como la representación de este em la vida escolar”.
Por sua vez, a família deve criar condições a fim de que as informações fornecidas pela escola sejam acompanhadas pela família, participando da vida escolar de seus filhos, seja através do acompanhamento do dever de casa, da participação em reuniões ou mesmo sendo solícita quando a escola convida. Ramal (2013, p. 11) enaltece a importância da família permanecer perto de seus filhos, pronta, afirmando que se trata de um gesto de amor, quando diz: “(…) participar da vida escolar é uma expressão de amor. E não se pode terceirizar o amor”.
A escola, como mentora e responsável em transmitir conhecimento, deve ter objetivos claros de forma que atenda e respeite a individualidade do ser, tendo em vista os diversos tipos de família que a sociedade moderna tem nos apresentado ou mesmo a falta dela.
Em sala de aula, as condições de aprendizagem e de ‘ensinagem’ parecem exatamente as mesmas. É notório que alguns poucos alunos apresentam determinados tipos de deficiência de aprendizagem e isto requer um ensino especial; mas em se tratando de condição de igualdade, sabe que em nossas salas de aula os professores são os mesmos; as carteiras, idem; o quadro é exatamente o mesmo; a merenda escolar é a mesma para todos; o livro didático é o mesmo para todos. Por que uns alunos aprendem e alcançam sucesso e outros não? O que está por trás desta vertente? Falta família?
Os problemas de aprendizagem e comportamentais que surgem na educação podem estar na escola, porém na maioria das vezes está na família e na sua ausência. Quando se tem a presença da família, a escola reparte com ela as dificuldades e divide suas obrigações. E quando não se tem? Para quem apelar?
Dividir as responsabilidades, respeitando os limites e papéis é o caminho que escola e família devem encontrar. Zagury (2002, p. 67) retrata bem isto quando afirma: “(…) tentar promover o reencontro, a parceria, a confiança mútua, já que o essencial é compreender que ambas zelam e perseguem o mesmo objetivo”.
Por entender que o desencontro, as culpas e as acusações entre escola e família prejudicam o êxito de seus filhos e de seus alunos, essa investigação quer trazer reflexões e sugestões que sirvam tanto para a escola como para a família de serem capazes de promover este reencontro, imprescindível ao sucesso dos alunos.
Escola e família precisam encontrar uma alternativa, um caminho. À escola cabe o papel de que lhe é próprio; ensinar percebendo que a instituição familiar é parceira; à família, de acompanhar a educação de seus filhos, acreditando que a escola é imprescindível na educação e promoção de seus filhos.
Prof. Msc. Pedro Reis de Souza
Mestre em Educação